Ao longo do curso de Medicina e do Internato Geral passei por muitos serviços médicos, de vários hospitais diferentes, onde tive oportunidade de trabalhar com médicos muito particulares: com os mais teóricos e os mais práticos, com os mais humanos e os mais desumanizados, com os mais e menos interessados, motivados ou não. Uns gostam do que fazem, outros não, uns mais honestos e outros que nem tanto. Para uns eu era mão-de-obra, para outros um aprendiz.
Mas quero, porque o merecem, em jeito de desabafo ou talvez de elogio, falar da Equipa médica com quem trabalhei nos últimos 7 meses. Uso a maiúscula porque foram a única equipa verdadeiramente digna desse nome com quem trabalhei. Centrados acima de tudo em cada um dos doentes que lhes chegam às mãos, deitam braços diariamente a fazer tudo para os tratar da melhor forma, nem que seja à custa de um enorme rombo no saldo do próprio telemóvel ou da cedência de muitas horas do tempo para a família. Fui um orgulhoso membro da tira B, onde observei e absorvi o verdadeiro espírito de dedicação, o prazer do diagnóstico, a alegria do sucesso, a aceitação do insucesso, e acima de tudo o verdadeiro espírito de equipa. Em suma, a verdadeira essência da Medicina em todo o seu esplendor. Mas, mais que tudo isso, tive o privilégio de estar com verdadeiros seres humanos, que me fizeram ter por inabalável a certeza que a Medicina não precisa de ser fria, calculista e desumana.
À tira B: Como vos disse já, apesar de me ir embora levo-vos comigo. Levo-vos acima de tudo como amigos e mestres, e espero saber ter o bom senso de levar comigo a vossa maneira de trabalhar e o vosso amor pela profissão (que mais que mera profissão é uma causa). Como diz a justasoul, "odeio-vos" profundamente... Até já.
terça-feira, 28 de março de 2006
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