Um médico contacta todos os dias de muito perto com as pessoas. Contacta com ricos, com pobres, com estudantes, com analfabetos... Nesse contacto com as pessoas surgem momentos engraçados, em que expressões médicas e não médicas saem "ao poste". Esses momentos dão um pouco de graça ao nosso dia a dia, por vezes tão deprimente, e é saudável rirmo-nos desses momentos. Não pretendo, atenção, rir-me das pessoas...
De entre as dezenas de expressões adulteradas que oiço todos os dias, escolhi algumas que me ficaram na memória:
- "Doutora, a minha mulher tem para lá uma coisa nas partes, parece que é a Cândida Dias!" (a candidíase é uma infecção fúngica)
- "A minha sobrinha leu-me o relatório do Taco, já sei o que são estas dores!! É uma hérnia fiscal!!"
- "O meu tio é epilétrico!"
- Disse-me uma velhota muito simpática: "Eu sou alfabeta!" (alfa-beta? Está em código?)
- Num pequeno recado ao médico: "Passe-me as análises à próstada"
- Escrito num envelope de radiografia, para não fugir da memória:
"Aprovel - tenção Zocor - Castrol"
- Mais um recadinho: "Remédio para o Colester-Oil" (devia trabalhar numa oficina...)
- "Ai, já me desquecia, passe-me os comprimidos da atenção! Já me faltaram e já anda alta..."
E por fim, uma pequena pérola dita por uma velhota na consulta:
- "O homem que saiu daqui agora? Ele diz que não bebe! Eu sou vizinha dele... Eu bem sei! É vinho, vinho do Porto, bagaço... Oh! E já é assim há muito tempo! Já depois do 25 de Abril ele lá andava lá pela rua a gritar e a partir coisas... A Doutora sabe, essas coisas do álcool e do comunismo..."
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