segunda-feira, 4 de abril de 2005

CDP

Iniciei hoje uma breve passagem (1 semana) no CDP. Quer dizer "Centro de Diagnóstico Pulmonar", e insere-se no Centro de Saúde onde estou a estagiar. No essencial, serve para lidar com um problema que é hoje em dia muito importante: a Tuberculose.

Não, a Tuberculose não é uma doença que existiu nos anos 50/60 e que matou muita gente. Quer dizer, não é só isso. A Tuberculose existe hoje em dia, e muito. Não representa, naturalmente, o risco que representava na altura... As terapêuticas de hoje permitem tratar a doença de uma forma eficaz. O grande problema da Tuberculose hoje em dia é outro: está intimamente relacionada com a SIDA, uma vez que a imunodepressão da infecção VIH confere uma susceptibilidade maior para muitas doenças infecciosas, entre as quais a Tuberculose. Está também relacionada com baixas condições socio-económicas, especialmente com a toxicodependência. E é aí que nos toca a todos nós... Muitos de vocês já ouviram falar na toma assistida de medicamentos: aplica-se de forma exemplar na Tuberculose. A toma escrupulosa da medicação por parte dos doentes, toma essa que decorre no mínimo durante 6 (seis!) meses é essencial para a eficácia do tratamento. E a eficácia do tratamento é importantíssima para a saúde pública, não só por uma questão de contágio, mas porque a toma dos fármacos de forma irregular ou insuficiente leva à criação de estirpes multirresistentes do bicharoco...

O CDP encarrega-se, principalmente, de seguir os doentes diagnosticados pelos médicos hospitalares e extra-hospitalares, garantindo a boa evolução da terapêutica. Para isso, e para os doentes de risco, existe ainda a toma assistida de medicamentos: os doentes tomam a medicação no CDP, sob o olhar atento dos enfermeiros responsáveis. Faz-se, no CDP, um trabalho notável. Funciona muito bem, é uma estrutura física e organizativa muito bem concebida.

Não tarda, sugirão aqui uma ou duas histórias que me marquem mais... Lida-se com muita desgraça, no CDP...