Em extremos opostos da mesma enfermaria, dois casos nos extremos opostos do espectro possível no Puerpério.
Na cama 1 está a Vanessa. Acabou de ter um filho com o qual provavelmente não contava. A Vanessa tem 15 anos de idade, e acabou agora de ser mãe de um pequeno boneco, o seu primeiro filho. Como é alta conseguiu esconder a gravidez do mundo durante bastante tempo. Apenas no terceiro trimestre da gravidez a situação se tornou excessivamente evidente para que a família desse pelo sucedido. Assim, teve duas consultas médicas, fez apenas uma ecografia, e fez uma vez só as análises laboratoriais de rotina da gravidez. Felizmente nada de especial aconteceu. O bebé nasceu bem, está perfeitamente saudável, e toda a embrulhada acabou por se resolver da melhor maneira. A embrulhada que se segue é saber se a Vanessa, que ganhou o epíteto de mãe-adolescente, é capaz de educar convenientemente o bebé... Felizmente para os dois, a Vanessa estabeleceu uma boa relação com ele. Sorri, deliciada, quando lhe mostro que o seu bebé já sabe "andar". Pode ser que os instintos lhe incutam a responsabilidade que ela precisa de ter... Oxalá!
Na cama 4 está a Luísa. Tem o dobro da idade da Vanessa, mas uma experiência "gestacional" semelhante. O bebé que, atrapalhado, tenta perceber como se mama, é o primeiro filho da Luísa. É um bebé de ouro, ou seja, é o resultado de vários anos de tratamentos para a infertilidade. Provavelmente poucos filhos são tão desejados como os "bebés de ouro". A mãe sorri, quando uso a expressão, diz-me que de facto vale o seu peso em ouro. Teve 10 consultas médicas da gravidez, fez 8 ecografias e fez as análises de rotina dos três trimestres da gravidez. Felizmente teve a mesma sorte da Vanessa, tudo correu bem na gravidez e o bebé está óptimo. A Luísa sorri, aliviada, quando lho digo depois de "virar a criança do avesso".
Deixei a Luísa e a Vanessa entretidas a dar de mamar aos seus rebentos, ambos "trapalhões" na altura de mamar.
E assim acabei o meu estágio no Puerpério, na próxima segunda-feira vou para a Enfermaria de Pediatria. Não sem antes fazer um "banquinho" de Domingo... Ah, como vai ser bom estar fora das filas para o Algarve... Ou não?...
sexta-feira, 29 de julho de 2005
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