Ontem morreu uma cigana.
Não era uma cigana qualquer, era uma cigana aliás muito diferente de todas as outras. Ao contrário da maioria não tinha um séquito de familiares ansiosos por saber dela. Os seus familiares não perguntavam por ela, não a visitavam no hospital. Recusaram-se aliás a aparecer quando ela já não precisava de ficar no hospital e tinha alta médica dada. Passou várias semanas internada no hospital, exclusivamente como caso social. Sem uma única visita. Nas últimas semanas estava cada vez mais distante do mundo, e ontem acabou por morrer. Ao contrário da maioria das ciganas, sozinha. Porque, ao contrário da maioria das ciganas, tinha casado com um português.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2006
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